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A felicidade está em saldos?



Com as luzes de Natal a brilhar pelas diferentes cidades, a pressão por cumprir com a lista de presentes perfeita para oferecer a quem mais amamos aumenta, e a ansiedade também.

A nossa mente ocupa-se com questões como:

“Será que vou conseguir comprar todos os presentes?”

ou

"É este o melhor presente que consigo encontrar?”


É esperado que esta época festiva seja sinónimo de alegria, contentamento, amor, festas e encontro com a família e amigos contudo, muitas vezes, encontramos alguns fatores que incentivam a presença de stress durante este período, tais como, fadiga, expectativas irrealistas, consumismo desmesurado, ansiedade, limitações financeiras, e/ou a impossibilidade de estar com quem mais gostamos. Desde a procura até ao embrulho do presente perfeito, a ansiedade faz-se naturalmente sentir e, por vezes, torna-se difícil sentir e apreciar o espírito de paz e contentamento que a época festiva pretende oferecer.

O ato de dar presentes a alguém é, sem sombra de dúvida, uma das mais conhecidas linguagens de amor. Facilmente utilizamos presentes como símbolo visual do nosso amor, carinho e apreciação pelo outro. Para além do momento de dar, é também valorizado todo o processo de reflexão, e de escolha deliberada e cuidada do objeto (ou experiência) que melhor representa a pessoa ou a relação que estabelecemos com ela.


De acordo com este mote, e em conjunto com a pressão de todas as campanhas de comercialização, e da tradição das épocas festivas, é lançada a competição de “como mostrar, num só momento anual, que amo estas pessoas através do presente certo?”.

Para além disso, a agitação constante da época festiva pode fazer-se acompanhar por exaustão e ansiedade por uma dificuldade em equilibrar todas as responsabilidades e encargos financeiros, desde as compras até à participação em festas temáticas, ou organização das mesmas.


É importante considerar que as compras compulsivas são frequentemente utilizadas como uma estratégia desadaptativa para regular as emoções. Durante esta época festiva é comum que exista um aumento deste sintoma, assim como de outros problemas de saúde mental associados (como, por exemplo, depressão, ansiedade e distúrbios do comportamento alimentar). Comprar de forma compulsiva torna-se, assim, uma estratégia automática e primária para lidar com eventos negativos, uma vez que existe uma sensação de alívio imediato no momento da compra. Contudo, esta sensação de alívio dura por um curto espaço de tempo - a longo prazo as compras compulsivas estão associadas à manutenção e ao aumento do sofrimento existente. Neste sentido, é importante prestar atenção a estes sinais e pedir ajuda psicológica, caso necessário.


Não se esqueça que o autocuidado é o presente prioritário e funcional a longo prazo. Para ajudar, tenha em mente estas dicas durante a época festiva:

  • Mantenha as suas rotinas durante as férias. Certifique-se de que continua a nutrir e exercitar o seu corpo, e não abdique das suas horas de sono.

  • Entre em contacto com as suas emoções. Se está a experienciar alguma situação difícil, reconheça e valide os sentimentos que surgem, sejam eles quais forem. Permita-se sentir a raiva, a ansiedade, a tristeza de uma forma próxima e saudável. Não se force a sentir apenas emoções positivas porque estamos numa época festiva. Se os seus sentimentos forem muito intensos, lembre-se que não está sozinho(a) e procure ajuda.

  • Trace um plano e estabeleça um orçamento. Antes de ir comprar presentes e outros adereços, organize a sua lista de acordo com o orçamento traçado, o que pode ajudar na diminuição de ansiedade.

  • Conheça os seus limites e necessidades. Dê prioridade ao seu tempo e cuidado, relaxe e desfrute do que simboliza esta época festiva. Escolher horários estratégicos na hora de ir aos mercados ou centros comerciais pode facilitar e diminuir a pressão. Durante essas idas, pode também planear fazer pequenas pausas para observar o momento presente e conectar-se consigo mesmo.

Em especial, durante este período festivo, é essencial prestar atenção aos fatores de risco que podem colocar em risco a nossa saúde mental e bem-estar.

A preocupação exagerada na escolha pelo presente certo pode ser regulada através da aceitação de que não temos controlo sobre a forma como as outras pessoas experimentam e respondem no momento de receber o presente que escolhemos. Encontrar tranquilização e conforto na nossa intenção, pode ajudar no alívio e regulação dos níveis de stress e ansiedade. Adicionalmente, é importante que dê prioridade ao autocuidado, que pode incluir momentos de exercícios físico, meditação, ou simplesmente alguns minutos para respirar, tomar um banho quente ou beber um chá enquanto lê um livro. Outro aspeto importante a ter em consideração é a necessidade de definir limites, incluindo permitir-se dizer “não” a certos eventos, por não ter tempo ou energia para os cumprir, e definir um valor limite para a compra dos presentes.


Recordar-se daquilo que é mais importante para si durante esta época festiva é crucial para manter a sua saúde mental. Dedicar tempo a si mesmo(a) e àqueles que mais ama é o melhor e mais rico presente que pode oferecer. Ilumine este período de celebração com luzes de amor, contentamento e tranquilidade.


Feliz Natal!

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